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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O quanto os carros engordaram com o tempo.


Nos últimos anos o porte e o peso dos carros vêm aumentando substancialmente, mas a obesidade automotiva é dissimulada pelos motores com números de potência cada vez maiores. Não parece incoerente que na busca pela economia de combustível, segurança e desempenho o peso dos carros esteja aumentando?

Um carro pesado consome mais combustível, precisa de freios maiores e mais borracha nos pneus, e também precisa resistir a impactos contra outros carros pesados dando início à um círculo vicioso.



A questão aqui nem é ser politicamente correto ou ecologicamente sustentável. O problema é que isso tudo influencia a dinâmica do carro e mata o prazer de dirigir. Além de precisar de mais potência para arrancar com dignidade, um carro pesado luta mais contra a inércia em uma curva, por isso precisa de pneus e rodas maiores, suspensões reforçadas e aquele monte de controles eletrônicos que interferem no seu talento ao volante e agregam mais peso ao carro.

Um exemplo clássico de como o peso estraga um carro é a BMW M3. O modelo original tinha 1300 kg impulsionados por um quatro-cilindros com potência entre 198 cv e 238 cv, velocidade máxima entre 235 km/h e 248 km/h e aceleração de zero a 100 km/h média de 6 segundos. Além, é claro, do aclamado comportamento dinâmico, unanimidade entre os gearheads. Já a M3 atual pesa 1698 kg e precisa de um monstruoso V8 de quatro litros que gera 420 cv para tomar sufoco de um Mustang GT, algo impensável em 1990, e que comprova que desempenho não se mede em números de potência, aceleração e velocidade máxima.

Ferrari, Alfa, Nissan, Audi, Mini, Cinquecento... todos parecem anabolizados perto dos antigos. Indignados com o caminho que as carros estão tomando, o pessoal do site 8000vueltas.com publicou uma crítica intitulada "O Fim dos Carros", onde sustentam a tese de que não há mais carros esportivos no mundo e que carros de verdade não devem ter mais de 1500 kg (vale ir até lá e conferir a impressionante seleção de fotos comparativas chupinhadas desse fórum).



Por aqui, mesmo com a depenação promovida pelos fabricantes em busca da redução de custos, nossos carros continuam engordando como frangos em uma granja. O exemplo clássico é a popularização dos SUVs em grandes centros urbanos, mas não fica só isso. O Fiat Uno em 1984 tinha um motor 1.0 de 52 cv para seus 700 kg. O atual Mille 1.0 ganhou 150 quilos e apenas 18 cavalos extras para compensar. E se você defende que o peso extra se deve a reforços estruturais que garantem mais segurança em relação aos antigos, perceba que quanto mais pesados os automóveis, maior o potencial de destruição alheia em caso de choque.

E diga-se de passagem que aquela nova M3 é bem bonita, só que a antiga é bem mais agressiva, passando uma impressão de velocidade e força!!! o mesmo vale para o audi. Apenas a ferrari Dino que é romântica do que a 360.

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